Com imensa gratidão a Deus quero convidar as filhas, os filhos, amigos e devotos da Serva de Deus Madre Leônia para juntos celebrarmos no amor e na fé a sua vida. No dia 23 de junho celebramos 107 anos de seu nascimento, do grande presente de Deus, que é sua vida, missão e santidade para o mundo e para a Igreja.
É verdade que ela sempre unia o seu aniversário à festa de São João Batista, do precursor de Jesus. Ela que é a precursora do nosso Carisma e da nossa espiritualidade congregacional como mãe da família religiosa. Que essa data significativa seja celebrada com profunda gratidão, louvor a Deus e simplicidade, nas nossas comunidades, na nossa vida e nas nossas famílias, pelo reconhecimento que temos de ser ela, dom de Deus para o mundo, para a Igreja, para cada um de nós e para a nossa sociedade.
A Serva de Deus Madre Leônia viveu e nos ensina a viver a mística e a cristologia trinitária, porque amada com predileção pela Trindade Santa, ela demonstra com o seu testemunho de santidade, que quem é amada/o pelo Pai e acolhe esse amor, não pode senão amar, de modo incondicional a Deus e aos irmãos.
Nesse amor ela configura sua vida com o Filho, o missionário e redentor da humanidade, na adesão plena ao Espírito Santificador. Ela compreende o mistério da Igreja, sinal e sacramento de Cristo, povo de Deus chamado a viver a comunhão, a fraterna caridade divina, celebrada na mesa eucarística e no altar da vida, como religiosa missionária, irmã do povo de Deus, fundadora da Congregação, discípula de Jesus, mestra espiritual, amiga, companheira e intercessora de muitos.
Ainda em Londrina, impedida de retornar a Roma por causa da pandemia, peço a intercessão da Serva de Deus diante da sua maior relíquia, o túmulo, por todos os membros de nossa família religiosa, os amigos, os devotos e as pessoas que esperam graças por sua intercessão. Estou a serviço da animação da Causa, assessorando os encontros com as irmãs e leigos. Espero voltar assim que for possível para as minhas atividades em Roma e finalizar a Positio que tanto queremos.
A mística do amor trinitário que nossa santa Mãe Fundadora viveu, nos ajuda a superar as dificuldades presentes e a entender o dinamismo missionário e amor preferencial pelos pobres como grande patrimônio de seu legado. Ela escreve:
“Devemos arder em caridade, mas isso não se pode obter, sem antes, nos enchermos de um grande amor de Deus. O amor de Deus deve ser a fonte principal da nossa espiritualidade, por isso, é preciso viver de Deus para doar Deus aos irmãos. A Eucaristia é o centro da nossa vida e o apostolado consiste na disponibilidade do servir à Igreja nos irmãos”. (L. Milito, Autobiografia e Escritos espirituais, 51)
O modelo perfeito de quem serve os irmãos com amor e por amor é Jesus missionário e redentor. Ele deu a vida por nós e nos deixou o seu coração eucarístico, alimento e força na missão; o seu Espírito nos nossos corações, o qual clama: Aba Pai (Cf. Gal 4,6). Ele nos deu Maria, a sua e nossa Mãe. Confiou-nos a ela para caminharmos na mística do amor trinitário pelos caminhos da santidade.
Na companhia da Mãe, Mestra e Rainha da Congregação, seremos capazes de viver a nossa consagração e missão, a fidelidade generosa do nosso sim ao Pai e aos irmãos, sendo fecundas na missão. A missão de amar e servir os mais pobres, aqueles e aquelas que necessitam da nossa presença fraterna para ajudá-los, do nosso amor, único critério que qualifica e dá sentido à vida, que nos permite encontrar o próprio Cristo, nos famintos, nos doentes, nos forasteiros, nos sedentos, nos nus, nos peregrinos e enfermos, que sofrem com essa e todas outras pandemias que nos escravizam e matam.
Não é por acaso que a mística do amor trinitário passa pela relação entre fé e compromisso-ético-transformador de toda situação que conduz à morte, à desunião, à falta de comunhão. Ela é a vitalidade do amor que alimenta a defesa incondicional da vida fraterna, comunitária e dos excluídos. Nessa perspectiva da mística trinitária, vejo também o testemunho fecundo de Dom Geraldo, da relação fraterna entre nossos Fundadores, solidária e comprometida com o Reino, com a Congregação e os pobres.
Que o nosso querido Pai Fundador Dom Geraldo Fernandes do céu, continue intercedendo pela Causa de nossa Mãe Fundadora, por nós e pela Igreja de Londrina. Ele que mora no nosso coração e descansa na nova cripta da Catedral. Que Nossa Mãe junto de Deus nos ensine hoje e sempre a realizar os desígnios divinos, atentas e abertas ao futuro, como profetizas e profetas da mística do amor trinitário que nos convida a olhar com esperança o futuro.
Com carinho, lhes envio o meu abraço fraterno.
Ir. Terezinha Almeida MC
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